Em seu último discurso após dez anos à frente do Partido Comunista chinês, Hu Jintao disse ontem que a corrupção pode provocar “a queda do Estado” e exortou membros do governo a controlar a atividade de suas famÃlias.
“[Os altos funcionários] devem exercitar estrita autodisciplina e fortalecer a educação e a supervisão de suas famÃlias e seu pessoal. Não devem nunca buscar nenhum privilégio”, disse Hu a cerca de 2.300 delegados na abertura do 18º Congresso do partido que governa a China.
“Se falharmos em lidar bem com esse tema [corrupção], pode se tornar fatal para o partido e até mesmo provocar seu colapso e a queda do Estado”, completou.
Neste ano, o PCC atravessou uma de suas piores crises tendo como pivô o ex-dirigente Bo Xilai. Cotado para o Comitê Permanente, instância máxima do paÃs, Bo foi expurgado após revelações de práticas de corrupção que teriam levado sua mulher a matar um empresário britânico.
Além disso, reportagens da Bloomberg e do “New York Times” mostraram, respectivamente, que as famÃlias de Xi Jinping, futuro lÃder máximo, e Wen Jiabao, atual premiê, acumularam milhões de dólares em negócios com empresas próximas ao governo.
Em ambos os casos, o governo chinês censurou as reportagens no paÃs, bloqueando o acesso à internet.
A própria famÃlia de Hu também foi favorecida com contratos com o governo, segundo informação do livro “China Airborne” (China aerotransportada), do jornalista americano James Fallows.
De acordo com seu relato, uma empresa do genro de Hu forneceu as máquinas de raios-X de todas as estações de metrô de Pequim e Xangai.
MARINHA E ECONOMIA
Na área militar, Hu voltou a enfatizar a necessidade de uma Marinha forte, em meio a recentes crises do paÃs com Filipinas, Vietnã e Japão.
Neste ano, a China começou a operar seu primeiro porta-aviões. O poderio da sua Marinha é superior ao dos vizinhos, mas bastante inferior ao dos EUA, que mantêm uma forte presença na região.
Com relação à economia, o discurso foi considerado mais conservador que o do congresso anterior – em 2007, ele defendera a “reforma das indústrias monopólicas”, proposta ausente ontem.
Em vez disso, Hu declarou que, no paÃs, “a propriedade pública é o pilar, e as entidades de propriedades diferentes se desenvolvem juntas”.
Ele também lembrou que o governo fixou em 2010 a meta de dobrar o PIB e a renda per capita até 2020, objetivo alcançável mesmo com o novo patamar de crescimento mais baixo, que neste ano deve ficar em torno de 7,5%.
Na semana que vem, Hu deve passar a secretaria-geral do partido ao vice-presidente, Xi Jinping. Mas ele permanece como lÃder máximo do governo até março, e ainda pode reter por mais algum tempo a presidência da Comissão Central Militar.
A manutenção do cargo lhe permitiria melhor controle sobre seus apadrinhados, que incluem Li Keqiang, apontado como o futuro premiê.
Hu presidiu um dos perÃodos mais prósperos da história da China. Em seu decênio, a economia saltou do sexto para o segundo lugar, e o paÃs assombrou o mundo com a rápida construção de infraestrutura e a realização da OlimpÃada de Pequim.
Mas analistas apontam estagnação em relação ao monopólio estatal em setores-chave da economia e contÃnua repressão a dissidentes.
Fonte: Folha de S.Paulo
Por Douglas Pazelli – Diretamente da China
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