Você já deve ter ouvido falar de Marco Polo e de suas aventuras através da Rota da Seda, que interligava a China ao Ocidente comercialmente. Bem, atualmente os chineses têm investido numa repaginação desse conceito com o projeto “One Belt, One Road”, que poderia ser traduzida como a “Nova Rota da Seda”. Essa será uma das prioridades do governo de Xi Jinping, principalmente depois que o seu poder e prestígio dentro do governo aumentaram.
One Belt, One Road: projetos a serem desenvolvidos
Durante a reunião do Comitê do Partido Comunista, quando foram aprovadas, entre outras coisas, a extensão por tempo indeterminado do mandato do então presidente, o Ministro do Comércio, Zhong Shan, afirmou que o governo chinês trabalhará para incrementar a cooperação econômica entre os países envolvidos no projeto e comentou ainda que o “One Belt, One Road” está entrando em uma nova fase.
Durante uma conferência com a imprensa, o ministro ressaltou que a China lançará novas plataformas de cooperação. Será lançada a primeira “Exposição Internacional de Importação da China”; além disso, ele também falou sobre a instalação de zonas de livre comércio e de cooperação e desenvolvimento.
Segundo o governo, a prioridade dentro destes projetos de cooperação seria investimentos em ajuda humanitária internacional, com o objetivo de gerar impactos socioeconômicos positivos nas comunidades assistidas. Dentre as ações anunciadas nesse sentido, estão iniciativas voltadas a construção de moradias, combate à pobreza e melhoria das condições de saúde.
Uma das iniciativas propostas pelo governo chinês é incentivar o e-commerce através do big data, computação em nuvem e serviços de inteligência artificial para auxiliar os países envolvidos no “One Belt, One Road” a digitalizarem a sua economia e inseri-las de modo mais amplo na economia globalizada.
O país, governado por um partido de orientação socialista, propõe-se a promover a liberalização da economia e a facilitação do comércio nas áreas envolvidas com o projeto. Segundo o governo chinês, cerca de 130 países responderam positivamente à iniciativa “One Belt, One Road”, desde que foi lançada em 2013. Para demonstrar a importância econômica dessa iniciativa, uma estimativa realizada pelo governo indica que o volume de negócios entre a China e os países envolvidos está na casa dos 1,2 trilhões de dólares.
One Belt, One Road e Xi Jinping

No ano passado, o presidente Xi Jinping abriu o 19º Congresso do Partido Comunista, no qual se delinearam mudanças na Constituição e no programa ideológico do governo ensinado nas escolas. Ele apresentou o que seria chamado de “o pensamento de Xi Jinping sobre socialismo com características chinesas para uma nova era”. Isso significaria colocar o então presidente no mesmo patamar de Mao Zedong e Deng Xiaoping. Dentre as ideias incluídas está o “One Belt, One Road”, que já havia sido anunciado em 2013, mas que agora, dentro do panorama ideológico do Partido Comunista Chinês, foi reforçada e dificilmente poderá ser abandonada quando Xi sair do governo.
Ademais, houve algumas reformulações no escopo do projeto, que serão mencionadas a seguir:
- O governo tem como prioridade desenvolver sua influência internacional, assim como receber investimentos estrangeiros diretos (IED);
- Defende-se a ideia de que o atual sistema global de comércio necessita ser reformulado. Segundo o governo da China, o atual sistema, baseado no dólar americano, é desequilibrado e defende, como contrapartida, a utilização de várias moedas fortes ou mesmo de uma “supermoeda”, criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Com a magnitude do “One Belt, One Road”, a China ganha força para defender sua posição;
- A China tem como prioridade para o centenário da fundação do Partido Comunista Chinês, a ser celebrado em 2022, e para o centenário da proclamação da República Popular da China, em 2049, duas metas ambiciosas. A primeira, para 2020, seria transformar o país em uma sociedade moderadamente próspera. Já a segunda meta, a ser alcançada em 2050, seria de modernizar completamente a economia. Porém, para que esses objetivos sejam atingidos, é necessário fortalecer a economia através do comércio global;
- O governo também se propõe a lutar contra a corrupção. O que isso tem a ver com o “One Belt, One Road”? Além de combater a corrupção doméstica, o governo quer erradicar a corrupção praticada pelo governo ou por empresas estatais; assim, aumentou-se a fiscalização em relação a compras e aquisições feitas com valores muito altos ou com motivações duvidosas. O principal alvo do governo é combater a saída ilegal de capital do país. Apesar disso, o montante de dinheiro chinês investido no exterior tem aumentado muito, e a explicação disso está no fato das empresas terem começado a rotular os seus investimentos como fazendo parte do “One Belt, One Road”, pois isso aumentaria a chance de serem aprovados pelos órgãos reguladores;
- Inovação será uma palavra cada vez mais presente nos discursos oficiais. O desejo de Xi Jinping é transformar a China num país de inovadores, pois este acredita que a inovação será o principal motor que impulsionará uma economia criativa e em constante desenvolvimento. Para que isso ocorra, a China privilegiará intercâmbios acadêmicos, transferência de tecnologia e incentivos a start-ups.
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Por Victor Fumoto, diretamente de Indaiatuba, SP, Brasil
Fontes: CCTV
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