A China possui diversas paisagens e destinos espalhados por seu imenso território. Entretanto, o que a maioria dos estrangeiros conhece é apenas uma pequena parcela da grandeza e diversidade deste país. Grandes cidades, muitos locais históricos, e belíssimas paisagens. Mas é claro que há outros lugares menos conhecidos e nem por isso são menos interessantes. É o caso da Mongólia Interior!
A Mongólia Interior é uma das Regiões Autônomas da China, localizada ao norte do país, contendo a maior parte da fronteira entre China e Mongólia, uma pequena divisa com a Rússia. Sua capital é Hohhot, e outras grandes cidades são Baotou, Chifeng e Ordos. Foi estabelecida como região autônoma em 1947, englobando províncias da antiga República da China como as de Suiyuan, Chahar, e Liaobei, por exemplo.
É a terceira maior subdivisão do país, sendo que sua área é equivalente a 12% da área total da China. Mas, com uma população de aproximadamente 25 milhões de pessoas, representa apenas 1,8% da população total do país. A maioria da população é da etnia Han, mas há um grande número de habitantes da minoria étnica Mongol. Os idiomas oficiais são o Mandarim e o Mongol, sendo que este último é usado com o sistema de escrita tradicional mongol, como pode ser visto na placa do KFC abaixo.
Diversidade de paisagens da Mongólia Interior
Por ser um território vasto, a Mongólia Interior possui distintas vegetações e relevos, desde deserto, a campinas, montanhas e florestas coníferas. Há também grandes reservas de carvão, ferro e outros minerais raro.
Os climas também são variados, já que o território é horizontalmente extenso. Entretanto, em geral, o clima é baseado nas quatro estações e de monções. O inverno é muito longo, frio e seco, neva muito, mas a neve é leve. A primavera é curta, árida e com grandes e perigosas tempestades de areia, e o verão é bastante quente e relativamente úmido. Em geral o clima é caracterizado por ser frio e árido, sendo que a temperatura média anual é entre 0º e 10º.
Cultura e tradição da etnia Mongol
Cerca de 18% da população da Mongólia Interior pertence à etnia Mongol, o que traz características singulares para a região com sua língua, costumes e cultura, já que não são um grupo homogêneo. São originários do Nordeste da China, desde o século VII d.C., sendo que no século XII d.C. as diversas tribos foram unificadas pelo líder legendário Temujin, e estabeleceram a Dinastia Yuan (1271-1368) da China.
A principal crença dos mongóis já foi o xamanismo, e agora na Mongólia Interior é misturada com o culto a Genghis Khan, o budismo e outras divindades xamânicas e chinesas.
Na alimentação, têm o costume de consumir muito leite (de cavalo, cervo, camelo e ovelha) e carne. Uma bebida feita a partir do leite de cavalo fermentado, o Kumiss, também é comum entre os mongóis, para driblar o frio e fortalecer o estômago.
É acolhedores e, pela tradição e história nômades, são acostumados a receber bem os visitantes e de cumprimentar a todos, até mesmos desconhecidos durante suas viagens. Quando recebem visitas, tratam muito bem servindo fartas porções de vinho, mas gostam que alguns costumes sejam respeitados como de o hóspede não sentar-se próximo ao altar de Buda, não tocar a cabeça das crianças, etc. São grandes admirados da água e do fogo, então lavar os pés em um rio ao secar as botas no fogão também é um sinal de desrespeito para os Mongóis.
Principais atrações na Mongólia Interior
Um dos eventos mais importantes da região é o Festival Nadam, que dura de 5 a 7 dias no final de Agosto, todos os anos. É organizado pelos mongóis, que saem de diversas partes da Mongólia Interior e outras províncias para celebrarem seus costumes e tradição, e competirem em diversas modalidades como luta livre, tiro com arco e flecha e montaria.
A capital Hohhot conta com diversos e históricos templos budistas para visitação, sendo o mais famoso deles o Templo das Cinco Torres.
Já a cidade de Ordos é famosa pelo Mausoléu do Genghis Khan, e diversos museus, vilas mongóis, escola de equitação. O lugar perfeito para conhecer mais da cultura mongol e aprender um pouco de sua história e seus costumes.
Entre as campinas mais visitadas, está a de Bashang, que fica no sudeste da Mongólia Interior, muito próxima de Pequim.
Existem, para esses locais, diversos passeios e tours por várias empresas de turismo, dependendo do interesse dos viajantes, do tempo disponível e do orçamento. Há, por exemplo, passeios para o Festival Nadaam com programação adicional para visitar outras cidades e atrações da Mongólia Interior. Para os apaixonados por cavalos, há passeios a cavalo pelas diversas campinas da região.
Há nove aeroportos na região que recebem voos domésticos, necessitando assim, que a chegada dos visitantes seja por um dos aeroportos internacionais da China, e a partir daí seja feita a conexão para um dos aeroportos da Mongólia Interior. Outra boa opção é chegar lá por trem, já que a região contém uma ampla rede ferroviária. Há até trens para a Mongólia e Rússia.
Não é necessário outro visto ou autorização especial para visitar a Mongólia Interior além do visto chinês. Uma vez dentro da China, motivos não faltam para ir conhecer essa região autônoma tão distinta e encantadora!
Por Ingrid Torquato, diretamente de Marília, SP, Brasil
Fontes: China.org, China Today, Encyclopedia Britannica, Travel China Guide, WikiTravel, Absolute China Tours
Gostou desse artigo? Então veja muito mais em nossa página do Facebook, em nosso blog e em nosso site