A China é o país com o maior número de idosos no mundo, e várias personalidades chinesas são famosas por sua longevidade. Mas como os idosos na China vivem tanto? Venha conferir!
A relação entre longevidade e modo de vida
Atualmente, um quinto de todas as pessoas idosas do mundo são chineses. A expectativa de vida no país hoje é de 75 anos, 2 a mais que no Brasil. O que mais causa curiosidade são as figuras que vivem ou viveram mais de 100 anos na China. Alguns deles existiram de verdade, alguns são considerados mitos. É o caso de Li Ching Yuen, um mestre taoísta e herbalista, praticante de Chi Kung, que morreu em 1933 com 197 anos. Segundo alguns registros e documentos oficiais, ele teria nascido em 1736 e foi homenageado pelo governo em seu 150º aniversário. Porém, há quem diga que ele nasceu anos antes, em 1677, e morreu portanto aos 256 anos.
Embora Li Ching Yuen possa ter sido um mito, é fato que a prática da medicina e do estilo de vida chinês garantem uma longa vida. Segundo um estudo do vice-presidente da Sociedade para a Terceira Idade, 60% do segredo da longevidade está nos hábitos. A medicina chinesa envolve tratamentos com chás tradicionais chineses e ervas, além de acupunturas e massagens específicas.
Entre os centenários chineses, a maioria tem temperamento alegre, são amáveis com os outros, fazem exercícios regularmente e, principalmente, são exigentes com a alimentação. Além disso, os idosos dormem bem, não fumam, consomem relativamente pouco álcool e têm uma vida familiar harmoniosa.
Já o ex-professor da Universidade de Zhejiang, Xu FengHuang, diz que são os videogames que mantêm sua mente ocupada e alerta. Ele diz que sempre tenta estar ativo fazendo algo que lhe dê satisfação. O centenário presenciou a guerra civil chinesa, as crises do Vietnã e a instauração da República na China.
Acima de tudo, manter a mente e o corpo sãos é uma prioridade dos aposentados chineses. Hoje é muito comum ver nas ruas das cidades, mesmo nos grandes centros, grupos de mulheres chinesas que se reúnem diariamente para dançar músicas tradicionais.
Idosos na China e a aposentadoria
Os idosos na China costumam ser vistos com muito respeito pela experiência e sabedoria que obtiveram pela idade avançada. Entretanto, a situação dos idosos na China encontra-se preocupante. Desde 2009, os aposentados da geração “baby boom” obtiveram do governo um programa de aposentadoria rural. Isso não acontecia com eficiência desde a década de 90. Porém, o que preocupa, é a quantidade de idosos na China que irão se aposentar até 2030. Hoje, 114 milhões de habitantes na China tem mais de 65 anos. O crescente envelhecimento da população chinesa relaciona-se fortemente com os quase 40 anos de política do filho único, que só foi revogada em 2015. A baixa natalidade deu origem a uma predominância de cidadãos idosos no país.
Isso representa um gasto de 10,9 trilhões de dólares para o governo com gastos previdenciários. A China possui um Fundo Nacional de Segurança Social que, infelizmente, não é suficiente para pagar os aposentados.
Um novo mercado na China
Estima-se que até 2020 haverá um mercado para cuidado de idosos na China, o que é necessário. A terceira idade frequentemente apresenta diagnósticos de demência e Alzheimer. Uma informação curiosa, mas preocupante, é que mais de 1300 idosos desaparecem na China por dia devido aos sintomas de confusão e esquecimento. Nas áreas urbanas, 80% voltam a aparecer, nas rurais, apenas 50%.
A diversidade da população chinesa é muito grande, afinal estamos falando do país mais populoso do mundo. Desse modo, cada indivíduo é diferente, e vive a terceira idade de acordo com seus costumes. O que podemos todos fazer até lá é seguir o conselho de Xu FengHuang: após uma vida de trabalho, aproveitar o tempo da aposentadoria para fazer algo que seja agradável para nós mesmos, pensando também na saúde.
Por Ana Luiza Garcia Lachner, diretamente de Marília, SP, Brasil
Fontes: Uol, O Globo, Epoch Times, Jornal DN, RTP notícias e R7.
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