Porcos estão fazendo pessoas enxergarem na China! Recentemente, a China desenvolveu uma nova forma de tratar pacientes cegos à espera de transplante de córneas. Tendo um quinto do total de pessoas cegas no mundo, 8 milhões de pessoas, o país não possuía doadores de córneas humanas suficientes. Foi em 2015 que o governo chinês autorizou o uso experimental de córneas de porco para os transplantes. Os chineses já realizaram aproximadamente 200 transplantes, obtendo êxito a uma taxa similar a dos transplantes de córnea entre seres humanos. Assim mesmo, alguns consideram que esses transplantes estão sendo realizados cedo demais, antes de a pesquisa na área estar plenamente desenvolvida, ou de se debaterem questões éticas sobre o assunto. De qualquer modo, é impossível negar o avanço de inovações e descobertas decorrentes do desenvolvimento e investimento em pesquisa científica na China!

Pesquisa Científica na China Antiga
Não é de hoje que a China apresenta inovações e criações que podem mudar e ajudar muito o desenvolvimento da sociedade. Desde a antiguidade, os antigos chineses constituíam uma das civilizações cientificamente mais avançadas do mundo. Inventaram a bússola, a pólvora, o papel e a impressão, que são tidas pelos chineses como “as quatro grandes invenções”. Por conta disso, é importante saber mais do histórico sobre pesquisa científica na China.
A primeira bússola do mundo foi feita na China com magneto, mineral de óxido de ferro que se alinha na direção norte-sul, devido ao campo magnético da Terra. O uso da bússola foi registrado em diversos textos chineses, desde o século 4 d.C. Entre 1405 e 1433, o Almirante Zheng He fez diversas viagens marítimas utilizando a bússola e registrou a experiência em documentos oficiais.
A pólvora foi descoberta, por sua vez, por alquimistas taoístas, que estavam pesquisando um elixir da imortalidade, mas acabavam produzindo vários incêndios ao fazer os testes. No século 8 d.C. foi descoberta uma fórmula para fabricação de pólvora, usando uma combinação de salitre e enxofre com carvão. Naquela época, a substância era utilizada primeiramente em fogos de artifício e sinalizadores. Mais tarde passou a ser utilizada em granadas de mão, foguetes, rifles, canos de bambu e até canhões, por volta de 1126 d.C.
Por fim, as duas outras grandes invenções da China Antiga foram o papel e a impressão. O papel foi inventado na China alguns milênios depois do papiro começar a ser usado no Egito. Um oficial do governo da dinastia Han produziu o primeiro papel ao misturar casca de amoreira e fibras de bambu com água, drenando e secando a mistura em uma placa plana de bambu. Outros materiais eram utilizados para fabricar diferentes papéis para diferentes finalidades.
O desenvolvimento da impressão complementou a arte de fazer papel. A impressão em blocos ou xilogravura era utilizada na China no século 7, sendo que o texto mais antigo impresso é uma escritura budista de 868 d.C. A adoção rápida da tecnologia de impressão e papel na China precipitou a difusão do conhecimento entre a elite alfabetizada chinesa e a aristocracia.
Investimentos em pesquisa científica na China
Desde que o país adotou a estratégia de “prosperar o país através do ensino científico”, houve uma ampliação da importância do desenvolvimento da ciência e tecnologia, bem como um grande aumento nos investimentos em pesquisa científica na China, e na exploração tecnológica. Em 2003, o país destinou 150 bilhões de yuans às pesquisas científicas e novas tecnologias, tendo investido, assim, 1,35%do PIB.

Entre os principais programas tecnológicos e científicos estão as pesquisas básicas, pesquisas de altas e novas tecnologias, setor agrícola, desenvolvimento da indústria de alta tecnologia, tecnologia aeroespacial, defesa, etc.
O país possui grande capacidade de pesquisa científica e exploração técnica em todos os setores. Em algumas áreas, os resultados obtidos já atingiram ou se aproximam muito do nível internacional. O número de teses publicadas em revistas internacionais, escritas por cientistas chineses ocupa o 5º lugar no mundo, e o número dos requerimentos de patentes também apresentou aumento significativo nos últimos anos. Tudo isso evidencia o aumento da capacidade de criação dos chineses.
China como nova potência científica
Em 2012 os gastos com pesquisa científica na China foram de um trilhão de yuans (US$ 164 bilhões de dólares), quase 2% do PIB. A previsão é que, com o crescimento econômico, o país ultrapasse os EUA no quesito investimentos em pesquisa e desenvolvimento em 2022. Avanços científicos contribuíram 51,7% para o crescimento econômico da China em 2011, sendo que o país ainda aposta que as inovações tecnológicas possam ajudar a superar diversos desafios como a necessidade de melhorar a indústria de base, reduzir a poluição atmosférica e reduzir a desigualdade social.

O governo chinês pretende tornar o país em uma potência científica até 2020, dando ênfase no capital humano. Aproximadamente 7 milhões de cidadãos chineses se graduaram em universidades chinesas em 2014, muito mais que apenas 1,1 milhão em 2001. O país também pretende atrair de volta os cientistas chineses que saíram do país para trabalhar fora. O número crescente de acadêmicos chineses impulsionou a China nos rankings globais de publicações científicas: o país era 14º em 1995, passando para 2º lugar em 2007, atrás apenas dos EUA.
Por Ingrid Torquato, diretamente de Marília, SP, Brasil
FONTES: BBC, Journalist Resource, CRI, El País
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